sexta-feira, 14 de maio de 2010

Dar ou não dar, eis a questão


Se há situação que me incomoda por demais é o confronto com os pedintes. Não é olhar para eles e ver que estão sujos e mal cheiorosos, não me entendam mal. É masé a dúvida que me surge sempre "ajudo, ou não ajudo!?", aliás, o termo "ajudo" nem se aplica, porque a questão é mesmo essa: quando é que estamos a ajuda e quando estamos apenas a contribuir para um vicio ou coisas piores.

Bem, eu tento "avaliar" o melhor possível a pessoa (não há grande margem, tem "boa cara", não tem? Apresenta uma conversa elaborada demais? simples demais!? afinal de contas como é que se avalia um pedinte?!?!?) e tento adivinhar se essa pessoa vai dar bom uso ao dinheiro que lhe dou ou não. Claro está que não passa de uma especulação, mas pelo menos alivia a cabeça. Normalmente fico alguns minutos a pensar no tema, depois de me cruzar com um pedinte e formulam-se sempre as mesmas frases na minha cabeça:

"Para a próxima compro uma sandes e dou-lhe, assim sei onde gasta o dinheiro"

"Este ceguinho já o vi a contar o dinheiro, é um aldrabão!"

"Aqui no metro, quem merece é o rapazito que faz músicas. Pelo menos esforça-se!"

E fico sempre a pensar se devia ou não ter ajudado. É que isto de "fazer o bem" tem de se aplicar no dia a dia e não só nas palavras...


O que é que acham? Quando é que vocês dão e não dão esmola?

1 comentário:

Catherine disse...

eu deparo-me com a mesma situação, todos os dias me cruzo com vários pedintes e não sei se devo ou não ajudar... é uma situação complicada. Até porque me cruzo muitas vezes com os mesmos... Ajudo várias vezes, quando tocam algum instrumento normalmente dou sempre... mas não é fácil saber quem realmente precisa da nossa ajuda para sobreviver...

no outro dia um senhor abordou-me na paragem e delicadamente pediu-me 0.90 € , alegando que era a quantia que lhe faltava para apanhar o autocarro... dei. no outro dia, a uma hora diferente estava ao telemóvel quando oiço um senhor nas minhas costas pedir exactamente a mesma coisa, virei-me e ele reconheceu-me... não foi preciso dizer mais nada... é triste.